De Tróia a Sagres - Umas férias diferentes
Não tenho tido muita disponibilidade para me dedicar à escrita, mas gostava de colocar um post decente para contar esta grande aventura que foi ligar Tróia a Sagres em BTT, na semana de férias de 11 a 17 de Agosto. Apesar disso, decidi colocar as fotos online. Quando puder hei-de relatar os pormenores da aventura que foi FANTÁSTICA! O essencial é que foi feita em 6 dias (nas calmas), com a companhia da minha cara-metade e de um casal amigo - a equipa Triciclo&Trotineta!
Apreciem as fotos...
Em Setúbal, apanhámos o ferry (o Rola do Mar) até Tróia. Os novos ferrys do Tio Belmiro têm óptimas condições e permitem fazer a viagem tranquilamente, apreciando a travessia do Sado.
No horizonte, a fabulosa Serra da Arrábida (um dos templos nacionais do BTT) e à esquerda, as novas torres do complexo turístico de Tróia. A questão logística foi um grande problema nesta viagem. Queríamos evitar ter de levar o carro na viagem mas não tivemos outra alternativa, visto que nem os comboios, nem os autocarros permitiam o transporte das bicicletas. Ficou combinado que no 1º dia, um dos elementos ia andar com o carro até podermos deixá-lo em Grândola, para podermos voltar de autocarro.
Assim no 1º dia fomos apenas 3 a pedalar partindo de Tróia, seguindo para sul. Como não tínhamos de carregar as tralhas, podemos pedalar livremente.
Na foto, a passagem perto da estrada de embarque para o Ferry.
A entrada no teritório da Reserva Natural do Estuário do Sado
A vista para o estuário do Sado com a ponte móvel dos estaleiros da LISNAVE.
Continuamos pela R 253-1 e passámos pela zona onde se vira para a famosa praia da Comporta, que infelizmente ainda não tive oportunidade de conhecer.
À entrada da vila de Comporta pudemos contemplar estes magníficos arrozais, logo adiante encontraríamos o Museu do Arroz. Infelizmente também não pudemos parar para visitar, pois ainda nos faltavam muitos quilómetros nesse dia.
Depois da Comporta, seguimos pela EN 261, uma estrada nacional bastante movimentada e pouco segura para pedalar. Neste cruzamento, virámos em direcção a Sines, Melides e Lagoa de S. André. Passámos junto à zona do estabelecimento prisional de Pinheiro da Cruz.
O objectivo para o 1º dia era acampar no parque de campismo da Praia da Galé, onde chegámos por este estradão de terra batida que foi uma pequena tortura. O piso tinha "ondinhas" criadas pela passagem dos carros e principalmente pela erosão do vento, que criam uma tremenda trepidação, muito desagradável para o rabo e os pulsos.
A vista para as Arribas da Praia da Galé, um fenómeno geológico criado pela erosão. Depois de montarmos as tendas, fomos apreciar a beleza desta praia.
O 2º dia amanheceu chuvoso. Foi a 1ª vez que acordei numa tenda a ouvir o som da chuva. Pensei que ia ser um dia desagradável por causa da chuva, mas afinal não passou de uma ameaça.
O nosso plano era irmos de carro até Grândola (onde um de nós poderia regressar de autocarro), onde ficaria, para finalmente seguirmos todos viagem em autonomia com a casa às costas. E se assim pensámos, melhor fizemos.
Na foto, a minha preciouss carregada como uma mula!
Lá fomos todos finalmente, estrada fora em direcção ao Algarve!
Fomos pela R 261-2 em direcção a Melides.
Passámos junto à praia, pela Lagoa de Melides.
Aí tive um furo (o único da viagem). Não sei como fiz, mas bicicleta equilibrou-se sozinha encostada ao poste.
Fomos por uma caminho de areia entre Sesmarias e a Lagoa de S. André. Foi um pouco difícil, mas como a distância não era muito longa, fez-se perfeitamente.
Chegámos ao Parque de Campismo da Lagoa de S. André. Estávamos suficientemente moidos para desejar apenas montar a tenda e tomar um bom banho, mas quando chegámos à entrada... era necessária a carta de campista! Nenhum de nós tinha. Não nos tínhamos lembrado deste pequeno grande pormenor. O parque mais próximo estava a uma distância grande e já era muito tarde para lá chegar, para além de ja estarmos muito cansados. Explicámos a nossa situação ao porteiro do parque de campismo que acabou por ser simpático e aceder ao nosso pedido em nos deixar ficar por lá.
No 3º dia, partimos em direcção a Sines, passando por zonas de pastoreio cobertas de pequenas flores azuis.
Seguimos pela R 261-5, passando junto à localidade de S. André.
Depois passámos pela zona da refinaria de Sines com imensos oleodutos e depósitos de combustível. Um pena aquela zona estar completamente desfigurada pela indústria.
Alcançámos depois a zona da Central termoeléctrica de Sines. O barulho das maquinarias é constante, perturbando a beleza da zona...
... onde começa logo o Parque Natural do SW Alentejano e da Costa Vicentina.
A praia de S. Torpes é logo junto à central eléctrica.
Seguimos pela estrada ao longo da costa até chegar a Porto Covo.
Seguimos alguns trilhos sempre paralelos ao mar para apreciar a beleza da costa vicentina.
A praça central de Porto Covo - o largo do Marquês de Pombal...
... onde encostámos as nossas montadas enquanto almoçámos e recuperámos forças.
Pela primeira vez avistámos a ilha do Pessegueiro (Porto Covo)
Cá está ela, ao fundo de uma estrada que parece levar até ela. A foto foi tirada à saída do Parque de Campismo existente por lá, onde passámos a noite. A zona é extremamente ventosa e armar a tenda (no jokes) foi uma tarefa complicada.
Uma estranha invasão proporcionou um belo efeito na foto.
Procurámos seguir sempre junto à costa, mas a tarefa tornava-se demasiado complicada devido à areia.
Passagem de uma ribeira.
Vila Nova de Milfontes e a vista para o estuário do rio Mira.
As biclas paradas junto miradouro do foral, enquanto apreciávamos a paisagem. Apeteceia seguir o exemplo dos que estavam ali na praia sem fazer nada, mas a etapa ainda não tinha acabado.
Era altura de seguir caminho, passando a ponte sobre o rio Mira. Esta estrada, apesar de ter uma berma larga, deixava-nos um pouco inseguros devido às altas velocidades dos carros.
Finalmente, o fim da etapa do dia com a chegada à praia da Zambujeira do Mar. A confusão do festival Sudoeste já tinha passado e a praia era quase toda nossa.
Apesar de ter adorado a beleza da praia, a Zambujeira ficará para sempre associada ao péssimo atendimento que tivemos num restaurante local. Mais de 45 min foi o tempo que esperámos por uma refeirção de um prato de peixe grelhado. Vergonhoso!
Os canais de regadio atravessam algumas zona do baixo Alentejo e do Algarve e proporcionam bons trilhos
Entrada no Algarve propriamente dito, com a passagem da ribeira de Odeceixe
A ribeira desagua no mar junto à famosa praia local.
Passagem por Aljezur e o seu castelo lá no alto.
A caminho da Praia de Arrifana.
Vila do Bispo e o Cabo S. Vicente estavam cada vez mais próximos.
Entrada na área do concelho de Vila do Bispo
Vila do Bispo à vista.
O cabo S. Vicente à vista.
Chegada ao farol do Cabo S. Vicente.
Foto para a posteridade.
A vista para o cabo de Sagres, a viagem estava quase a chagar ao fim.
A chegada à fortaleza de Sagres e o fim desta aventura. Foram sem dúvida umas férias inesquecíveis!
Boas pedaladas
daraopedal