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daraopedal

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Via Algarviana - Rescaldo 1ª etapa

16.04.09 | daraopedal

Cá está o meu relato desta fantástica aventura de BTT que recomendo a qualquer betetista. É minha opinião que qualquer betetista que se preze deve, para além das idas a Santiago de Compostela e a Fátima, carimbar o passaporte com esta aventura...

... que liga Alcoutim, junto ao Guadiana e a Espanha ao cabo de São Vicente, junto a Sagres, atravessando o interior algarvios e os seus encantos (e dificuldades).

A 1ª etapa ligava Alcoutim a Vaqueiros com uma distância prevista de 59 km

O ponto de encontro foi junto ao cais de Alcoutim onde foram descarregadas as bicicletas e as malas.

Tivemos direito a um pequeno-almoço oferecido aos participantes. Foi bom comer mais alguma coisa para armazenar forças para o percurso.

A vista para Espanha junto ao cais do Guadiana...

... onde o grupo se juntou para a "partida oficial" e um pequeno briefing.

Lá seguimos então com o Guadiana em pano de fundo. O grupo era bastante grande, cerca de 40 betetistas, incluindo 3 mulheres. O andamento inicial foi calmo.

Em Cortes Pereira, o pessoal parou logo na primeira tasca que apareceu para beber qualquer coisa. Por lá, encontrei um casal, espanhol se bem percebi, que pareciam estar também numa aventura de bicicleta, mas em autonomia total. Essa era inicialmente a minha ideia para fazer a Via Algarviana, mas felizmente que coincidiu com a organização da Almargem que tratou da logística toda. Assim, só tive de me preocupar em pedalar.

Foto da minha nova "preciouss" - Specialized FSR XC Comp 2009 - junto a um poço em Cortes Pereira.

O caminho era fácil, com bom piso e permitia pedalar tranquilamente. A paisagem por sua vez estava salpicada pela paleta de cores primaveris: branco, verde, amarelo, violeta, cor-de-rosa, ... Esta é sem dúvida a melhor altura para fazer a Via Algarviana. Na primavera, o calor não é tão intenso como no verão e a natureza está em todo o seu esplendor.

Paragem nos Menires do Lavajo para apreciar este monumento. No local, soube-se que uma das senhoras, a inglesa Sue, que se tinha metido nesta aventura sem prática de BTT (apenas estrada) e com uma bicicleta inadequada, tinha tido uma queda. Foi um grupo para trás prestar-lhe apoio. soube depois que tinha tido uma queda violenta, acabando por ter de receber 3 pontos no joelho e 2 no cotovelo. Depois de ligar para o 112 (que voltou a não funcionar bem), os que esperavam junto dela ainda tiveram um susto, porque ela ainda desmaiou. Acho que tudo acabou bem, mas estou certo que tão cedo não esquecerá as férias da Páscoa de 2009 em Portugal.

Numa aldeia mais adiante, Corte Tabelião, uma pequena curiosidade: umas alminhas (ou um altar) com cortinas!

Ao longo do caminho estavam preparadas algumas surpresas. Aqui, em Corte da Seda (se não me engano), uma mesa posta com bolos (alfarroba? mel?) e licores à nossa espera. Uma paragem impôs-se!

Mais adiante, um outro altar junto ao forno comunitário da aldeia.

O trajecto leva-nos inicialmente para sul até cruzarmos o IC27.

Aqui, passagem debaixo do IC27 que liga Castro Marim a Mértola.

Pouco depois ainda deu para ver apreciar uma queda daquelas! Ao passar em cima de um ribeiro quase seco, o meu amigo escorregou e mandou um malho tremendo. O que vale é que não se aleijou (muito), mas ainda deu para rir, pois éramos 5 ou 6 a passar em conjunto e ele foi o único que caiu.

Agora passagem aérea.

Neste local surgiu um pequeno grupo que se tinha enganado num cruzamento e tinha seguido no caminho errado durante 3 km. A paisagem em frente era esta. Havia ainda de passar debaixo daquele viaduto, que foi o local escolhido para um pic-nic / almoço.

A foto depois de ter passado o viaduto.

Depois do pic-nic esperava-nos a travessia de uma ribeira e o seu leito com muita pedra e uma subida enorme, daquelas que só s pode fazer à mão.

Depois de pedalar (muito) durante algum tempo sozinho, acabei por chegar a Furnazinhas. Estava a ficar preocupado pois a minha reserva de água estava a acabar. Juntei-me à malta que já estava no café local para reabastecer. Nesta zona do Algarve, a maior parte das aldeias tem pouco mais do que um café (algumas nem isso) e restaurante ou minimercados nem vê-los, por isso é necessário ir com os abastecimentos necessários.

Indo em direcção a Balurquinhos e Vaqueiros! Já estava a começar a ficar moído. Este dia era supostamente o 3º mais fácil (mas também o 3º mais difícil), mas por ser o primeiro e não estar ainda no andamento, acabou por custar um bocado.

Passagem por uma reserva de caça.

As 3 marcas: vermelho e branco do GR 13 (Via Algarviana), amarelo e vermelho de um PR local e a flor de esteva da Via Algarviana original dos Algarve Walkers.

Cansado, acabei por chegar a Vaqueiros (em Inglês: "Cow-boys"), e disseram-me que afinal tinha de ficar na casa de Ferrarias. Só então me lembrei que o alojamento neste dia seria separado: um grupo em Vaqueiros e outro numa casa em Ferrarias e que isso ficava a 2,5 km de distancia. Depois dos quilómetros todos desse dia, foi penoso saber que tinha de voltar para trás para ir para Ferrarias. Se as minhas coisas não tivessem sido deixadas lá pela organização, acho que não saia mais dali.

Penosamente, lá fui até Ferrarias, uma aldeia que parecia abandonada. Tão abandonada (não se via ninguém, nem sequer do BTT) que achei que não seria ali e segui mais um pouco até chegar ao Parque da Mina da Cova dos Mouros.

Nesse parque temático, este estranho animal olhava para mim com cara de poucos amigos. Acho que é uma Ema ou qualquer coisa assim, mas é um pouco parecido com uma avestruz. Acabei por ligar para o responsável da casa que lá me indicou que era mesmo onde tinha passado. Lá cheguei, tomei banho (água fria) e estava com pouca vontade de ir novamente a Vaqueiros para ir jantar. Como não havia alternativa, e o dia tinha sido sem almoço (apenas sandes, fruta e barras), lá tive de fazer 2,5 km para cada lado em plena noite.

O pessoal que tinha ficado em Vaqueiros já tinha jantado e gozava o convívio. Eu, mal comi, pus-me logo a caminho para ir "p'rá caminha"! Já estava bem moído neste 1º dia.

Estatísticas:

63,8 km (71,3 km com as idas e vindas de Ferrarias)

Velocidade média 11,03 km/h

5h51m a pedalar (6h27m com as idas e vindas de Ferrarias)

1650 m  de subidas acumuladas

Clica na imagem para a 2ª etapa.