Maratona de Alte 2009
Esta foi a minha 2ª participação na Maratona de Alte. Na 1ª participação tinha-me inscrito na prova de 75 km e tinha adorado os trilhos, no entanto desta vez decidi fazer o passeio de 55 km, pois para longas distância tinha já bastado a Via Algarviana.
Já da 1ª vez tinha ficado impressionado com a dimensão do evento e o trabalho logístico que acarreta, especialmente para uma pequena aldeia como é Alte. Mais uma vez, a organização esteve à altura.
Na linha de partida, pouco antes das 10 da manhã (hora da partida), o pessoal acotovelava-se, pronto para arrancar.
Até um helicóptero a fazer a cobertura do evento havia! Antes da partida sobrevoou a multidão registando o evento para a posteridade. A meio do percurso voltou a aparecer, fazendo-me lembrar um pouco o que acontece nos Ralis do WRC ou no Dakar, com o heli a fazer de "batedor" da prova.
6 minutos e 44 segundos depois dos primeiros, lá cruzei a linha de partida. A parte inicial seguiu o mesmo percurso de há dois anos atrás, por entre os campos e laranjais até Benafim. Há dois anos atrás muitos tinha ficado pelo caminhos com correntes e desviadores partidos devido à lama que se acumulara nas transmissões. Desta vez não havia lama... mas sim pó. E muito!
A chegada a Benafim onde nos esperava a 1ª zona de reabastecimento.
O percurso seguiu então para Norte da EN 124 em direcção à aldeia de Penina, onde fomos saudados pelos habitantes, na sua maioria idosos - um reflexo do interior algarvio-. Subimos então até aos moinhos da Rocha da Pena, na foto, com uma separação dos percursos. Para os 55 km, era sempre em frente. Seguiu-se uma descida muito boa onde houve quem não tivesse escapado às quedas e consequentes mazelas.
A vista para a Serra do Caldeirão a partir dos Moinhos da Rocha da Pena. Seria nessa zona que grande parte do percurso ia passar.
2ª zona de reabastecimento: bolos, laranjas, bananas, barras de cereais, água. Nada faltava a não ser o civismo de muitos pretensos betetetistas que deitavam o lixo, especialmente garrafas de plástico, para qualquer lado.
A meu ver, inicialmente o BTT era uma modalidade de quem gostava do contacto com a natureza e respeitava o ambiente. Com a explosão do número de participantes, acho que chegou muita gente ao BTT que não partilha esses princípios. Para além das garrafas de plástico e embalagens de barras energéticas, até câmaras de ar deixam ficar no meio do monte! Uma VERGONHA!
Lembro-me que o percurso, há dois anos, passava igualmente nesta zona que era percorrida em sentido inverso.
A passagem por uma das inúmeras ribeiras que atravessámos.
A passagem pelo leito seco de outra ribeira.
A serra algarvia também é campos... sempre com uma sinalização impecável. Neste aspecto, a organização esteve muito boa.
Percorremos o vale da Ribeira de Arade.
Seguindo por caminhos de terra batida. Este foi um dos aspectos criticados pela maioria dos participantes dos 55 km, pois ao nível técnico o percurso foi muito pobre. Faltaram as zonas técnicas e os single tracks que a malta tanto gosta!
Mais uma zona de reabastecimento...
...junto à Ribeira de Arade.
Mais um estradão. O percurso foi muito rolante e o pessoal imprimiu na sua maioria um andamento muito intenso. No entanto, volto a repetir, BTT em caminhos destes não tem grande piada.
A travessia da Ribeira de Arade.
O percurso passou também por bastante alcatrão o que foi uma pena. Aquela subida na chegada a Santa Margarida é que foi valente! Mas deu algum gozo ultrapassar muita gente que já não aguentava e ia com a bicicleta à mão.
A hora da chegada!
Fiquei classificado em 300 e tal. Não foi nada mau, mas acho que chego novamente à mesma conclusão de sempre: não gosto do BTT como desporto, mas sim como meio de descoberta e de aventura. Este tipo de provas, apesar de ter a sua piada, são cada vez menos o meu género. Prefiro escolher o meu percurso ou arranjar um track na net e meter-me à aventura.
Mas voltando à prova, os banhos no final foram com água fria (brrr!!!!) e o almoço foi o que tinha levado de casa, para evitar mais uma fila (e mesmo assim só almocei quase às 16h!).
Em jeito de balanço geral, tive pena que o percurso dos 55 km não tenha passado no fabuloso single track da Ribeira de Algibre, por onde tinha passado há dois anos. No computo geral, a organização da prova merece os parabéns pois organizar um evento destes deve ser muito complicado.