Manifestação de 19 de janeiro pelos direitos dos ciclistas e o fim dos atropelamentos
No passado dia 19, desafiei as previsões e avisos vermelhos da meteorologia (Alerta vermelho) e fui à Avenida dos Aliados para juntar-me à (pequena) comitiva que reivindicava mais segurança e respeito pelos utilizadores de bicicletas e o fim da onda de atropelamentos que se tem verificado. No local, vi muitas caras conhecidas da "Massa Crítica", mas encontrei mais malta da "licra" do que utilizadores urbanos, facto que foi um pouco criticado nas redes sociais. No meu ponto de vista, isto em nada interferiu nos objetivos da "manif". Todos somos utilizadores, e todos estamos sujeitos aos perigos inerentes à circulação na via pública, quer sejamos "urbanos", "estradistas" ou "betetistas". O risco acontece em qualquer um desses terrenos, por isso não há distinções de grupos. Pessoalmente, acho que faço parte de todos e de nenhum ao mesmo tempo. Tanto ando em estrada, como no mato ou no meio da cidade e o perigo está sempre lá. Sim, até no mato podemos ser vítimas de um veículo motorizado (e conheço casos bem próximos).
Foi lido um manifesto a favor da defesa dos ciclistas, reclamando o direito ao "nosso espaço" e, em seguida, o grupo fez um pequeno (muito pequeno mesmo) percurso descendo os Aliados em direção à praça da Liberdade, subindo pela Rua Sá da Bandeira, passagem pela Praça D. João I e regresso ao ponto de partida. Com os batedores da polícia a abrir caminho, serviu para que os transeuntes olhassem para nós e pouco mais. Soube a pouco, podia e devia ter sido mais (muito mais), pois até algumas das massas críticas a que fui tinham tanta gente como esta manifestação. De qualquer forma, não vale a pena lamentar-se ou apontar culpados, mas ver o lado positivo disto: a questão foi veiculada pelos meios de comunicação social. Acabaram por dar mais destaque à de Lisboa, em detrimento das outras cidades do país (mais uma vez), mas pelo menos falaram destes perigos. E acho que isso foi positivo.
Deixo algumas imagens do dia:
O rasto da destruição da noite anterior.
Impressionante!
O grupo até estava bem composto.
Depois da leitura do manifesto, a partida para a voltinha simbólica.
Depois da voltinha, alguma malta ficou por lá, enquanto outros desmobilizavam.
Junto à câmara, colocaram uma "Ghost Bike". Estas são normalmente usadas para assinalar o local onde foi morto algum ciclista. Nesta situação, não foi o caso, mas representava simbolicamente os ciclistas que foram atropelados no país e, provavelmente, em especial no Norte.
Boas pedaladas
daraopedal