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Canal du Midi - Dia 1

06.02.16 | daraopedal

1ª etapa - Toulouse a Castelnaudary - 76 km

Para quem nunca ouviu falar no "Canal du Midi", trata-se do mais antigo canal artificial da Europa ainda em funcionamento e foi classificado como património da humanidade em 1996. Situa-se na região francesa do Midi (daí o nome) e foi criado no século XVII sob o projeto do arquiteto Pierre-Paul Riquet com vista a ligar por via fluvial o Mediterrâneo ao Atlântico, permitindo o transporte de mercadorias de forma mais rápida, já que evitava contornar a Península Ibérica e a passagem pelo estreito de Gibraltar. A obra foi concluída em 1681 e os seus 240 km ligam a cidade de Toulouse a Sète, no costa mediterrânica. A ligação de Toulouse ao Atlântico faz-se pelo rio Garonne (no Séc. XIX, um canal também viria a ser construído paralelamente ao Garonne, já que a navegabilidade do rio era condicionada pela sua corrente). Essas duas partes viriam a constituir o chamado Canal des deux mers (canal dos dois mares) com 360 km de costa a costa.

Várias condicionantes não permitiam fazer todo este trajeto, mas o canal do midi estava perfeitamente ao alcance devido à distância e à facilidade do terreno. Existe um percurso ciclável ao longo de todo o percurso, já que na altura da sua criação os barcos não tinham motor e moviam-se graças à tração animal de cavalos que puxavam os barcos a partir da margem. Assim, esse caminho usado pelos animais é totalmente ciclável, já que é ora em terra batida, ora alcatroado e transformado em ciclovia. O trajeto foi dividido em 4 etapas para poder fazer o percurso com calma e apreciar também os encantos desta região de França, como as cidades de Toulouse, Carcassonne (cidade medieval património da humanidade) e o Mediterrâneo.

As etapas foram as seguintes:

- Toulouse a Castelnaudary - 76 km

- Castelnaudary a Carcassonne - 44 km

- Carcassonne a Capestang - 90 km

- Capestang a Marseillant Plage - 60 km

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Ficam as fotos do primeiro dia:

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O ponto de partida foi junto ao "Grand Parc de la Garonne", situado um pouco a norte de Toulouse, já que ficava perto do alojamento.

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Seguimos logo a partir daí junto ao "canal lateral de la Garronne"

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Uma das primeiras eclusas que encontramos no percurso. Estas viriam a tornar-se uma rotina e são o segredo para o funcionamento do canal, já que permitem controlar o abastecimento em água que faz funcionar o canal e ainda vencer os desníveis do relevo.

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Esta parte é feita por uma ciclovia alcatroada.

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Chegada ao local onde os dois canais se encontram e onde começa "oficialmente" o Canal do Midi.

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O canal do midi contorna o centro da cidade de Toulouse e passa aqui diante da estação de comboios local Toulouse -Marengo. O regresso ao ponto de partida seria feito de comboio, já que as viagens de comboio com bicicletas funcionam de forma exemplar em França.

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Uma curiosidade: cada uma das eclusas do canal tem um edifício de apoio que era usado pelo funcionário responsável pelo funcionamento de cada uma. Esta foi transformada numa loja/oficina de bicicleta - Maison du Vélo (casa da bicicleta)

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Na fachada de todos estes edifícios, encontramos um painel que indica sempre o nome da eclusa em questão, bem como a distância e nome das eclusas a montante e a jusante.

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Um local curioso: a estrada fica abaixo do nível da água do canal.

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O canal passa num viaduto aquático por cima de uma via rápida.

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Toulouse é também um cidade conhecida por estar ligada à indústria aeroespacial, nomeadamente à Agência Espacial Europeia...

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... e à contrutora de aviões Airbus. Passamos junto a essas instalações.

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Começamos a encontrar as famosas "peniches", barcos longos e baixos usados nos principais rios de França para o transporte fluvial de mercadorias. Muitas foram transformadas encontram-se permanentemente ancoradas servindo de residência sobre a água.

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O canal é um local tão especial que até é usado para as fotos de noivos.

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Um casa da eclusa transformada em café/restaurante à beira do canal.

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O percurso está ladeado de frondosos plátanos que são a imagem de marca do percurso. São árvores centenárias plantadas na altura da contrução do canal, como forma de fixar as margens e protegê-las da erosão. No entanto, estas estão em perigo. Com efeito, de há uns anos para cá, verificou-se que as árvores começaram pouco a pouco a morrer. Foi descoberto que a causa era de um fungo que se propagava de árvore para árvore, causando a morte num período de 2 a 5 anos. O pior é que não há cura contra esse mal que coloca em perigo a paisagem natural do canal e a única forma de fazer alguma coisa é a prevenção, cortando as árvores infectadas, e queimando-as para que o fungo seja destruído. Há também várias medidas para replantar as árvores que se perderam. As zonas infetadas estão assinaladas e algumas estão mesmo interditas à passagem visto que o fungo pode ser propagado pelo contactos no calçado e/ou pneus. Isto também acabou por ser um contratempo numa das etapas já que nos obrigou a afastar do trilho e a perder alguns pontos de interesse.

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Paisagem património da humanidade.

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O curso do canal a passar sobre um ribeiro com uma ponte para o efeito.

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As pontes mais antigas que atravessam o canal são por norma estreitas e só permitem a passagem de um carro.

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Uma grande parte das eclusas estão mecanizadas, mas não automatizadas. Requerem a presença de uma pessoa para controlar o mecanismo de abertura/fecho das portas e conta com sinalização para os outros barcos.

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Percurso ciclável do Canal do Midi.

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A minha Precious junto a uma das eclusas.

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Uma estranha instalação artística com bicicletas no meio do prado.

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A circulação automóvel é proibida ao longo do canal, exceto para o pessoal técnico do canal e para os moradores.

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Bora para um passeio a pedal?

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Um verdadeiro postal.

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A bicicleta com os alforges.

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Um pequeno desvio do canal para apreciar o ribeiro que serve de abastecimento de água no ponto mais alto do canal. As águas são canalizadas nos montes circundantes para serem levadas até ao canal, dividindo-se para o lado do Mediterrâneo e para o Atlântico.

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Um local com várias eclusas seguidas. É curioso ver os engarrafamentos de barcos que ocorrem nestes locais. O canal é agora principalmente usado para fins turísticos e é possível alugar embarcações pequenas (com cozinha e quarto) para passar uns dias de férias ao longo do canal.

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Um dos barcos que mais se vêem ao longo do canal.

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Outros cicloturistas que encontramos nessa etapa. Refira-se que nos arredores de Toulouse, encontrámos muita gente a usufruir do canal, correndo, caminhando e pedalando, mas depois de abandonarmos os arredores da cidade, o percurso era praticamente em solitário.

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Esperando que o tanque da eclusa encha.

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O plátano a ganhar ao sinal de trânsito proibido.

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Chegamos ao fim da tarde ao grande canal de Castelnaudary onde demos por terminada a etapa do dia. Por sorte chegamos mesmo a tempo de evitar uma trovoada que nos teria encharcado em poucos minutos. Castelnaudary é uma pequena vila que é principalmente conhecida por ser a "capital" do Cassoulet, uma espécie de feijoada francesa.

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O total de quilómetros do dia.

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Tempo de pedalada

 

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Canal du Midi - Dia 2

06.02.16 | daraopedal

2ª etapa - Castelnaudary a Carcassonne - 44 km

O segundo dia do Canal do Midi foi o mais curto em termos de pedalada. A ideia era pedalar o mais possível apenas durante a manhã de forma a chegar cedo a Carcassonne, para aproveitar a tarde para descobrir esta fantástica vila medieval. E assim foi, a chuva do final do dia da 1ª etapa deu lugar a um belo dia para pedalar. A frescura e a humidade do canal depois da noite de chuva facilitaram o trajeto. Encontramos novamente as mesmas paisagem depois de abandonarmos a vila de Castelnaudary e o seu lago. Chegados a Carcassonne por volta da hora do almoço, foi tempo de aproveitar para tomar um banho, almoçar e partir à descoberta desta vila, em particular da parte medieval que se encontra num pequeno planalto rodeado de muralhas nos arredores da cidade "moderna". Sendo relativamente perto, fomos a pé, o que nos permitiu descobrir as ruelas da cidade. A beleza da parte medieval é algo de fantástico que vale bem o desvio e a paragem no local. Seria uma pena não descobrir as suas pequenas lojas com aspeto antigo, passear pelas ruelas estreitas cheias de turistas (outra coisa não seria de esperar), provar os doces das casas de guloseimas, observar a grandeza das muralhas e do castelo.

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Abandonando Castelnaudary e o seu lago pela manhã.

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A perspetiva de Castelnaudary onde se destaca a torre da igreja.

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Mais uma zona de eclusas em sequência.

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As paisagens parecem cenários de um quadro de uma pintura impressionista.

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A fauna local

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Um curiosidade: esta parte do canal coincide com um GR de um troço do caminho de Santiago da zona (GR 78).

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Campo de girassóis a lamentarem-se por o sol estar escondido.

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Mais uma ponte do canal sobre um ribeiro.

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Via ciclável e GR em direção a Carcassonne.

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Sinalética internacional

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Entrada na cidade de Carcassonne. A entrada faz-se por uma parte muito pouco interessante da cidade.

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O canal frente à estação de comboios local. A etapa terminaria aqui, já que o hotel escolhido para a pernoita era mesmo em frente.

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Totais do dia

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Vista sobre a cidadela medieval e a Ponte velha sobre o rio Aude.

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Junto à entrada da Porte Narbonnaise

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Tour du Tréseau

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O castelo dentro da vila medieval e os seus torreões.

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Vista sobre a cidade nova a partir das muralhas da cidade velha.

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Todo o recinto medieval era um cenário ideal para a Guerra dos Tronos.

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A ultima vista sobre a Carcassonne antiga.

 

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Canal du Midi - Dia 3

06.02.16 | daraopedal

3ª etapa - Carcassonne a Capestang - 90 km

O terceiro dia amanheceu chuvoso. Tínhamos previsto acordar cedo para antecipar o mais possível o início desta que seria a etapa mais longa do percurso, mas os nossos planos saíram furados. Chovia copiosamente. As previsões eram otimistas e anunciavam que o dia iria melhorar, por isso decidimos esperar, pois não valia a pena molhar-nos para andarmos o resto do dia a secar a roupa no corpo.

Esta etapa marcaria uma transição na paisagem do canal, com a chegada às zonas mais atingidas pela praga dos plátanos, o que fez com que encontrássemos zonas desoladas, onde as silhuetas das árvores mortas davam razão ao provérbio que diz que as árvores morrem de pé. É uma pena isto estar a acontecer a este fantástico património da humanidade. Tal como referido no post da etapa anterior, esta praga não tem cura e a única solução é a profilaxia com o abate das árvores doentes, que são incineradas para evitar a propagação. A luta contra a praga e contra o tempo é uma missão difícil, no entanto é um trabalho a longo prazo, de monitorização e abate das árvores doentes, para preservar as sãs. O património do canal não é só a obra de arquitetura, é também a sua paisagem e a sua riqueza natural com estes plátanos centenários que marcam o canal nas planícies desta região, e é pena ser algo ameaçado. Estas árvores centenárias não se substituem obviamente de um dia para o outro e, mesmo com as replantações, o canal vai perdendo pouco a pouco a sua beleza.

Esta praga também acabou por dar-nos trabalho extra, pois o caminho estava barrado nalguns locais e isso implicava desvios. Nalguns casos, não bastava simplesmente passar para a outra margem (serio preciso uma ponte para fazê-lo!), e era preciso dar uma volta grande até voltar a encontrar o canal.

O dia terminaria em Capestang, uma pequena localidade calma, sem grande relevo que a faça destacar, a não ser a Igreja colegial do séc. XII, um edifício imponente no centro da vila mas que poderia estar mais valorizado, e o castelo episcopal do séc.XIV. do qual apenas resta uma parte.

Ficam as fotos da etapa:

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Saindo de Carcassonne depois da chuvada.

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Piste de randonnée du Canal du Midi, ou seja, pista pedestre do canal.

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Os alforges com a capa de chuva improvisada para os alforges.

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Pont-canal de Fresquel, uma ponte para o canal passar sobre outro rio.

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3 cisnes :-)

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Os pinheiros mansos começaram a aparecer nas margens do canal.

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Mais uma ponte fluvial.

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As zonas vazias de plátanos tiram a beleza ao canal.

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Árvores afetadas pelo fungo e marcadas para abate.

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Barreira no percurso para isolar a zona de contaminação e com informação sobre a praga que afeta as árvores.

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Deitado ao sol, no meio do rio, sobre um muro da eclusa... um crocodilo!

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Mas era só a fingir.

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Mais uma zona de acesso proibido. Foi necessário encontrar outro caminho.

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As árvores são cortadas e carregadas diretamente para um barco. A folhagem e ramos são incinerados por perto e as cinzas são enterradas em grandes valas.

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O desvio obrigou-nos a percorrer estradas secundárias por entre os vinhedos locais.

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Uma parede do canal que serve também de ponte.

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Sobre a passagem.

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Outro casal em bicicletas que andava à descoberta do Canal.

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Uma das bases fluviais da principal companhia de aluguer de barcos de recreio que opera no canal. A frota de navios deve ser enorme.

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Paragem estratégica na localidade de Argent-Minervois para almoçar.

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Era bom que também houvesse sinais destes nas estradas portuguesas.

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Passagem por um dos locais assinaláveis do percurso: o local da primeira ponte-canal criada pelo autor do projeto do canal.

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A vista lateral da ponte-canal.

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A passagem pelo local.

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Cisnes pretos no canal.

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Ventenac-en-Minervois

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Vida e morte de cada lado do canal.

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Um espelho de água fantástico, uma verdadeira pintura ao natural.

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Pedalando ao final da tarde. O dia já ia longo e o cansaço começava a aparecer.

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Felizmente, Capestang já estava à vista.

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Mais uma zona cortada que nos obrigou a dar mais uma volta e mais uns quilómetros.

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O céu estava a ficar ameaçador. As trovoadas são frequentes nesta região, até no verão, e soubemos no alojamento, que na véspera, um grupo de ciclistas tinha apanhado uma tempestade enorme, acabando por chegar ao final completamente encharcados.

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Os dados da etapa: 89 km

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5h23 a pedalar

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Canal du Midi - Dia 4

06.02.16 | daraopedal

4ª etapa - Capestang a Marseillant Plage - 60 km

O último dia é sempre aquele em que a alegria e a tristeza se misturam: a vontade de concluir o percurso é grande, mas sabemos que com isso terminará mais uma aventura e que o passo seguinte será o regresso a casa. Entusiasmo e desilusão...

O percurso apresenta muitos traços claramente mediterrânicos, principalmente ao nível da vegetação. Deixamos pouco a pouco os vinhedos e encontramos muitos pinheiros mansos. O problema dos plátanos continua e, com ele, os desvios. Esta etapa acabou por ser claramente prejudicada por isso já que nos obrigou a um desvio que nos impediu de conhecer dois locais de referência no percurso: o túnel do Malpas (um túnel de 173 m graças ao qual o canal venceu uma elevação no caminho) e o Étang de Montady (um antigo lago que foi drenado para servir de zona agrícola, mas que criou um desenho geométrico curioso quando observado de cima). O percurso levou-nos a passar junto à cidade de Bézier (uma cidade onde se destaca a silhueta da catedral local de Saint-Nazaire), Agde (porto fluvial medieval importante). O percurso do canal do Midi termina no Étang de Thau, uma lagoa com ligação ao Mediterrâneo e foi lá que terminamos a aventura do Canal. Ainda deu para dar um salto a Marseillan Plage, para um mergulho no mar e a Cap d'Agde, uma estância turística famosa parecida a Vilamoura.

O regresso a Toulouse de onde partimos fez-se de comboio com partida da estação de Agde, num comboio regional da SNCF com todas as comodidades para o transporte de bicicletas.

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Partida de Capestand.

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A igreja colegial de Capestang destaca-se acima do casario local.

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Logo na localidade seguinte, o trajeto estava cortado e fomos obrigados a fazer um desvio com cerca de 4 km pelo meio de zonas de vinhedo.

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Pela EN local junto à localidade de Montady. O desvio custou-nos a descoberta do tunel de Malpas e do Étang de Montady.

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Ficamos no entanto a conhecer as 9 eclusas seguidas de Foncerane, uma escadaria de água com 350 m, que serve para vencer 25 m de desnível.

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Em cima desta ponte...

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... passa a água do Canal do Midi. Impressionante!

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Multi tracks junto ao canal.

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No local passa um trilho marcado de BTT (VTT em francês).

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Descobrimos uma estranha obra de engenharia : l'ouvrage du Libron.

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Todo este sistema servia para impedir o assoreamento do leito do canal, por um ribeiro de montanha que o atravessa e cujas inundações impediam frequentemente a passagem pelo canal.

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Uma obra muito estranha sem dúvida.

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A água do canal corria castanha devido às trovoadas que assolaram a região e às quais tivemos a sorte de escapar. Soubemos pelas notícias que o mau tempo tinha causado inundações e mortes na localidade vizinha de Montpellier.

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Um belo single track junto à água.

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Chegada a Agde, onde se destaca a torre da catedral de Saint-Étienne. Como íamos passar a noite em Agde para apanhar o comboio no dia seguinte, aproveitamos para ir deixar os alforges ao hotel e continuamos até ao fim do canal.

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Deixamos a cidade para trás e entramos numa área de reserva natural.

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Um belo single track sempre junto ao canal que estava escondido pela vegetação.

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Esta é claramente uma zona de sapal, como encontramos em zonas lagunares como na ria de Aveiro ou na ria Formosa.

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Quase, quase no final. O canal segue do lado esquerdo. Em redor, as águas da lagoa de Thau.

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Eis finalmente o farol que marca a entrada no canal do Midi, para quem vem de barco a partir da lagoa de Thau.

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A foto para a posteridade da chegada ao destino.

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A vista para o Étan de Thau. Do outro lado a cidade de Séte. O Mediterrâneo fica para o lado direito da foto.

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Os quilómetros até ao final do canal.

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Tempo de pedalada.

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Seguimos então até Marseillan-Plage por uma ciclovia, que nos manteve seguros do trânsito e da confusão dos engarrafamentos de verão.

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Percebe-se logo que chegamos a uma zona de veraneio.

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Praia de Marseillan-Plage e o Mediterrâneo. A água estava ótima.

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Passagem pela confusão de Cap d'Agde.

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A vista para o forte de Brescou, que se situa num ilheu no meio do mar.

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Depois das voltinhas pela praia e Cap d'Agde o total do dia subiu ligeiramente.

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Depois de uma noite de descanso, apanhámos o primeiro comboio da manhã de regresso até Toulouse. A carruagem tinha espaço para 6 bicicletas penduradas, mas chegou a estar com 10 bicicletas no total, sem qualquer problema com o revisor, já que é aceite desde que o comboio não esteja lotado.

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